Tabagismo e câncer de pulmão

Tabagismo e câncer de pulmão

Um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de diversas enfermidades, o vício em tabaco é considerado uma doença crônica e a maior causa evitável de adoecimento e mortes precoces¹.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o tabagismo uma epidemia, uma vez que 8 milhões de pessoas morrem, direta ou indiretamente, todos os anos em consequência desse vício².

Não há forma segura de consumir tabaco. Cigarro, charuto, cachimbo, cigarro de palha, cigarrilha, narguilé, fumo de rolo e até cigarro eletrônico causam danos à saúde² e elevam as chances de desenvolver doenças como tuberculose, pneumonia, úlcera, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), doenças cardiovasculares e, principalmente, diferentes tipos de câncer, como o de pulmão¹. 

No Brasil, por ano, 73.500 pessoas são diagnosticadas com um tipo de câncer provocado pelo tabagismo, sendo que 26.850 são de pulmão³.

Como o vício afeta os pulmões:

Uma pessoa que não fuma tem 20 vezes mais chances de receber o diagnóstico e morrer de câncer de pulmão em comparação a quem não é fumante4. Isso ocorre por conta das alterações que o tabagismo causa no organismo:

- As células dos pulmões e das vias aéreas dos fumantes aumentam a produção de muco e este torna-se mais espesso. Os fumantes tossem com frequência, como resposta do organismo para tentar se livrar desse muco4;

- O fumo faz os pulmões envelhecerem mais rapidamente, prejudicando suas defesas contra infecções4;

- Os pulmões dos fumantes são irritados e inflamados. O tabagismo destrói o tecido pulmonar, fazendo com que menos oxigênio esteja disponível para o organismo4;

- As substâncias químicas nocivas do cigarro aumentam a chance de trombose4;

- O cigarro causa também aumento da pressão arterial4;

- O esôfago torna-se enfraquecido, favorecendo o surgimento do refluxo gastroesofágico4.

O câncer de pulmão

É o terceiro tipo de câncer mais frequente no Brasil5. Foram 34.511 casos novos no país em 20185. Sua incidência é menor, apenas, que a do câncer de mama e próstata5. Entretanto, é o líder em número de mortes por câncer, sendo responsável por 31.856 mortes naquele ano, em nosso país1

Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontam que para cada 100 pacientes com diagnóstico de câncer de pulmão, apenas 18 terão sobrevivido à doença após 5 anos6.

Boa parte dessas mortes ocorrem por causa do diagnóstico tardio: estima-se que 70% dos casos de câncer de pulmão sejam identificados em estágios onde a doença está localmente avançada ou disseminada7. Isso ocorre também porque os sintomas da doença são parecidos com os de uma gripe (tosse, rouquidão, dor no peito, falta de ar e outros), mas não regridem com o passar do tempo7. É necessário estabelecer tratamentos cada vez mais eficazes frente a uma doença tão agressiva.

Entenda o câncer de pulmão de não pequenas células

Referências:

1. INCA Tabagismo. Disponível em: https://www.inca.gov.br/tabagismo. Acesso em: 26 de outubro de 2020.

2. OMS Tabaco. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/tobacco. Acesso em: 26 de outubro de 2020.

3. Flyer Tabagismo no Brasil. Instituto de Efectividad Clinica Y Sanitaria. Disponível em: https://www.iecs.org.ar/wp-content/uploads/Flyer_tabaquismo_Brasil-v9.pdf. Acesso em: 26 de outubro de 2020. 

4. How smoking cigarettes affects your lungs, UMPC Health Beat. Disponível em: https://share.upmc.com/2016/04/how-smoking-affects-lungs. Acesso em: 26 de outubro de 2020.

5. Globocan, 2018. Disponível em: https://gco.iarc.fr/today/data/factsheets/populations/76-brazil-fact-sheets.pdf. Acesso em 01 de julho de 2020. 

6. Instituto Nacional de Câncer – Ministério da Saúde. Disponível em: https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-pulmao#:~:text=A%20taxa%20de%20mortalidade%20de,e%2021%25%20para%20mulheres). Acesso em 01 de julho de 2020.

7. Mathias C, Prado GF, Mascarenhas E, et al. Lung Cancer in Brazil. J Thorac Oncol. 2020;15(2):170-175.