AVC: urgência no atendimento é fundamental para salvar vidas

Por Dra. Anna Rita Mazo, Gerente de Grupo Médico – Especialidades, na Boehringer Ingelheim Brasil

AVC: urgência no atendimento é fundamental para salvar vidas

Atualmente, estamos passando por um momento difícil em vários aspectos devido à pandemia de COVID-19. Na área de saúde, em particular, apesar do novo coronavírus, continuamos enfrentando outras doenças potencialmente fatais todos os dias. O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é um grande exemplo disso. Apesar de ser a segunda maior causa de óbitos no Brasil¹ e no mundo, de acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS²) e o Ministério da Saúde³, pesquisas indicam que o brasileiro desconhece os principais sinais e sintomas do AVC, o que dificulta sua identificação e seu atendimento ágil, podendo resultar em sequelas graves e até mesmo em morte4.

O AVC é uma doença muito prevalente, devido à multiplicidade de fatores de risco, como sedentarismo, diabetes, uso de anticoncepcionais orais, consumo excessivo de álcool, tabagismo, alterações do colesterol, gênero, história de hipertensão arterial e outras doenças cardiovasculares prévias5. A boa notícia é que 90% dos fatores de risco podem ser evitados6, por meio de tratamento médico das condições citadas ou pela adoção de hábitos saudáveis, como uma dieta balanceada e a prática regular de atividades físicas.

E como podemos ajudar a evitar as mortes por AVC, quando aproximadamente 6,5 milhões de pacientes falecem por conta dela todos os anos no mundo7? Com duas ações: prevenção, como já falamos aqui, e o rápido atendimento.

Com leitos hospitalares cada vez mais escassos nas diversas regiões do Brasil, devido à pandemia do novo coronavírus, e pelo medo de contágio, a população pode hesitar em procurar atendimento médico para outras condições. Mas, caso se note qualquer manifestação8 do AVC, como paralisia no braço, perna ou face, assim como dificuldade de fala ou confusão mental, é essencial buscar atendimento de emergência imediatamente, pois o tempo de socorro é fundamental para evitar sequelas mais graves que podem impactar na qualidade de vida9 do paciente e familiares. Na contramão dessa recomendação, que também é válida para qualquer manifestação de emergência cardíaca, como o infarto, estatísticas mostram que hoje apenas 22% dos pacientes chegam em até 3 horas aos hospitais¹.

A Boehringer Ingelheim Brasil tem divulgado uma série de vídeos10,11 em suas redes sociais com médicos convidados para responder dúvidas comuns dos pacientes sobre o manejo e atendimento de doenças crônicas, como diabetes, asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), e agudas, como o AVC, durante a pandemia. A iniciativa busca esclarecer o quão importante é manter o cuidado às condições não relacionadas ao novo coronavírus e o socorro imediato às emergências médicas, e que o direcionamento nos hospitais pode ser feito de maneira segura, com a separação dos casos de COVID-19 dos demais.

Além disso, a nossa atuação na luta contra os impactos do AVC é de longa data. A Boehringer Ingelheim criou a iniciativa global Angels, cujo objetivo é aumentar o número hospitais capacitados para o atendimento ao AVC e otimizar a qualidade do tratamento em centros de AVC já existentes. No Brasil, o programa já capacitou 324 hospitais desde o seu lançamento, fazendo a diferença na vida de pacientes, cuidadores e familiares. Além disso, fomos apoiadores
da campanha digital A Vida Conta, idealizada pela ONG Rede Brasil AVC e pela Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares, que também visou alertar a população sobre a necessidade de urgência no atendimento ao paciente com AVC, por meio da participação de youtubers populares e de materiais educativos.

Para não esquecer:

Sinais que podem indicar um AVC8:
• Perda de força alteração de sensibilidade ou formigamento em um dos membros ou em um lado do corpo;
• Dificuldades em sorrir ou paralisia da face;
• Dificuldade de fala, compreensão ou confusão;
• Alterações na visão;
• Tonturas, falta de coordenação e dificuldade para andar;
• Dor de cabeça intensa, súbita e sem causa aparente.

O que fazer?

Ligue para 192 ou peça ajuda para o serviço de emergência mais próximo a você. Seja você também um agente de mudança, auxiliando a conscientizar sua família e amigos sobre a necessidade de rápido atendimento em caso de emergências médicas. Quanto mais pessoas compreenderem o que é o AVC, seus fatores de riscos e sintomas, maiores serão as chances de prevenir suas sequelas e salvar vidas!

#AVCNãoFiqueEmCasa

Referências:
1. de Carvalho JJ et al. Stroke Epidemiology, Patterns of Management, and Outcomes in Fortaleza, Brazil. Stroke. 2011 Dec;42(12):3341-6. doi: 10.1161/STROKEAHA.111.626523. Epub 2011 Nov 3.

2. 10 principais causas de morte no mundo. Organização Pan-Americana de Saúde. Disponível em: < paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5638:10-principaiscausas-de-morte-no-mundo&Itemid=0/ > Acesso em: 10 de junho de 2020.

3. PRINCIPAIS causas de morte. Secretaria de Vigilância em Saúde. Disponível em: < https://svs.aids.gov.br/daent/centrais-de-conteudos/paineis-de-monitoramento/mortalidade/gbd-brasil/ >

4. DESCONHECIMENTO sobre prevenção, sintomas e não saber como agir em caso de crise é problema entre brasileiros. Conselho Federal de Medicina, 2015.
    Disponível em < portal.cfm.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=25836:2015-10-28-17-35-43&catid=3/ > Acesso em: 10 de junho de 2020.

5. Protocolo de tratamento AVC – Espírito Santo Agosto/2001.

6. AVC pode ser evitado. Rede Brasil AVC. Disponível em: < https://redebrasilavc.org.br/pacientes/ > Acesso em: 10 de junho de 2020.

7. ONE in six people will have a stroke, but most strokes can be prevented. European Society of Cardiology, 2011. Disponível em: < https://www.escardio.org/The-ESC/Press-Office/Press-releases/One-in-six-people-will-have-a-stroke-but-moststrokes-can-be-prevented/ >
    Acesso em: 10 de junho de 2020.

8. SINAIS de alerta. Rede Brasil AVC. Disponível em:< https://redebrasilavc.org.br/pacientes/ > Acesso em: 10 de junho de 2020.

9. QUALIDADE de vida relacionada à saúde de pessoas após acidente vascular cerebral. Scientific Electronic Library Online, 2016. Disponível em: < https://www.scielo.br/pdf/ape/v29n3/1982-0194-ape-29-03-0245.pdf/ > Acesso em: 10 de junho de 2020.

10. O NOVO coronavírus e o Acidente Vascular Cerebral (AVC). Boehringer Ingelheim Brasil, 2020. Disponível em:< https://www.facebook.com/BoehringerIngelheimBrasil/videos/3056336184389912/ > Acesso em: 10 de junho de 2020.

11. O NOVO coronavírus e emergências médicas. Boehringer Ingelheim Brasil, 2020. Disponível em:< https://www.facebook.com/BoehringerIngelheimBrasil/videos/280776236296247/?__tn__=-R/ > Acesso em: 10 de junho de 2020.